Adolescentes, por que não falamos a mesma língua?
A mesma coisa acontece com todos os pais: assim que nossos filhos entram no palco adolescente, a comunicação, antes simples e fluida, agora se torna uma tarefa muito complicada. O que acontece, talvez nós não falamos a mesma língua? Não entre em pânico, você só tem que mudar sua abordagem e estratégia.
A adolescência é frequentemente considerada um mal que inevitavelmente deve passar como se estivéssemos falando de uma doença. Temos esse sentimento porque consideramos esse estágio como um processo cheio de conflitos.
No entanto, se pensarmos na adolescência como um estágio de aprendizado, descobriremos aspectos muito positivos. De fato, neste período, os jovens têm uma incrível capacidade de absorver novas informações e nós, como responsáveis pela criança, devemos cooperar com nosso modelo.
Vale lembrar que nosso modo de agir vai servi-los como algo para se olhar. Desta forma, podemos considerar a adolescência como um período de máxima aprendizagem de novos conceitos, uma oportunidade para desenvolvimento futuro e independência.
O acordo com adolescentes: o que mudou?
É verdade que quando chegamos à adolescência, alguns elementos do cenário de lidar com nossos filhos mudam. Para uma boa comunicação é necessário ter empatia com eles, pois é um momento cheio de mudanças, tanto do ponto de vista físico, cognitivo e emocional. Por tudo isso, que eles se sintam compreendidos por seus pais é essencial para o seu desenvolvimento ideal.
Para começar a compreendê-los, é necessário reconhecer o conceito de "luto", geralmente gerado nos pais, antes da perda do relacionamento de uma criança que passa da infância para a adolescência. A partir daquele momento, os pais deixaram de ser os que marcaram o comportamento e o modo de pensar das crianças, percebendo que deixamos de ter uma influência direta sobre eles.
Para a transição da infância para a adolescência para o desenvolvimento natural, é importante promover a autonomia e transmitir uma ideia positiva sobre a adolescência, sem os rótulos negativos que a sociedade geralmente impõe.
O bem-estar e a segurança dos adolescentes dependem de seu acesso às ideias e valores de seus pais, os adolescentes precisam expressar suas dúvidas, confiar em seus medos e explorar possibilidades com um adulto que os escuta sem fazer juízos de valor e os ajuda tomar decisões responsáveis.
Tolerância à frustração: o desafio dos adolescentes
Um dos aspectos mais valiosos que podemos ensinar a um adolescente é a tolerância à frustração, isto é, aprender a aceitar um "não" como resposta. É um estágio em que surgem inúmeras idéias, sentimentos e projetos que o adolescente gostaria de realizar, mas cujas consequências é difícil de calcular. Portanto, dar-lhes uma resposta "não" irá ajudá-los a treinar tolerância à frustração e se preparar para um mundo que continuamente nos nega o que queremos quando somos adultos.
O "não" deve sempre ser acompanhado pelas razões lógicas e racionais pelas quais decidimos negar esse projeto ao adolescente, para que ele possa refletir sobre ele e sobre as conseqüências que ele teria para realizá-lo. Ele deve saber que não lhe é negado "só porque", mas porque pode ser prejudicial, seja diretamente para eles ou para o meio ambiente.
É comum o adolescente interpretar as negações como falta de confiança ou como atitude negativa dos pais. É fundamental que isso não aconteça e que o adolescente conheça e aprenda que lhe é negado um projeto por razões lógicas e compreensíveis e sobre as quais possa meditar. Ao mesmo tempo em que os limites necessários são estabelecidos, o adolescente tem que se sentir particularmente protegido e bem-vindo pela família, deve notar que tem apoio familiar e que temos plena confiança nele, mesmo que não concordemos em alguns projetos concretos. .
Raquel García Zubiaga. Psicólogo do Instituto de Neurociências Aplicadas à Educação
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