A igualdade no trabalho entre homens e mulheres não virá até 2057
A verdadeira igualdade no local de trabalho será alcançada no ano de 2057, se for mantida a atual tendência de incorporação de mulheres a cargos relevantes dentro das empresas, de acordo com o relatório 'La mujer directiva em Espanha', realizado pelo grupo Isotés, dentro do programa 'Women as leaders' da Price Waterhouse Coopers (PwC).
Esses dados "evidenciam um problema", já que "o país não pode se dar ao luxo de perder talento por tanto tempo", como disse o presidente da PwC, Carlos Mas, que também disse que este relatório "ajudará a entender e focar nas barreiras que existem no acesso das mulheres aos cargos de gestão, bem como nos mecanismos para superá-las ".
No ato, que ocorreu nesta terça-feira em Madri, também participou a prefeita da capital, Ana Botella, que destacou que neste campo "devemos agir por convicção e não por imposição". Neste sentido, afirmou que as cotas de participação das mulheres dentro da empresa "são um atalho", pelo que "o mais eficaz é mudar a mentalidade".
"Não podemos perder talentos, nós, mulheres, somos metade da população e seria tolice desperdiçar metade do talento de uma sociedade", disse Botella. O prefeito de Madri observou a baixa representação de mulheres nos cargos de alta direção das empresas, apesar do fato de as mulheres representarem mais da metade dos graduados em universidades e obterem melhores registros.
OCUPADO 45% DO MERCADO DE TRABALHO
Especificamente, este relatório, que é baseado em uma pesquisa com mais de 800 executivos, mostra que "na Espanha, 60% dos graduados são mulheres, que representam apenas 45% do mercado de trabalho, um número que cai para menos de 10% em cargos de CEOs, CEOs e presidentes de empresas. "
Portanto, a Bottle optou por promover uma mudança de mentalidade e "trabalhar para que a meritocracia e a igualdade de oportunidades se tornem as regras que governam o mundo profissional". Desta forma, conclui, "não fará nenhum tipo de intervenção", como é o caso das cotas, que "implicam em um risco muito alto".
De acordo com os dados incluídos no relatório, a Espanha está abaixo da média dos países desenvolvidos - situada em 12% - em termos da presença de mulheres nos Conselhos de Administração. A Noruega é o país onde esta evolução é mais avançada, com 42 por cento das mulheres ocupando altos cargos, "bem acima do próximo país, a Suécia - 27 por cento - com Portugal obtendo o maior percentual baixo, com 2%.
SEM CUMPRIR OS OBJETIVOS DO ATO DE IGUALDADE
No caso da Espanha, apenas 5% dos cargos de presidência são ocupados por mulheres, aumentando para 8% na alta gerência e 11% na diretoria. Assim, o texto conclui que “a presença de mulheres nos Conselhos de Administração está longe de atingir os objetivos estabelecidos pela Lei da Igualdade para 2015”, que incluiu um percentual feminino de 40% de diretores dentro das empresas. enfrentando essa data.
Durante a apresentação deste relatório, foi realizada uma mesa redonda na qual participou a presidente do DIA e CEO da Ideas4all, Ana María Llopis, a única mulher presidente de alguma entidade do IBEX35. Isto afirmou que "das posições rotativas de cada ano de conselheiros, deve ser exigido que pelo menos 40 por cento sejam substituídos por mulheres".
"Se melhorarmos o percentual de conselheiras, isso automaticamente melhorará a porcentagem de mulheres em posições do comitê de direção, porque as conselheiras pedirão e exigirão sua incorporação se elas estiverem ausentes", acrescentou. Assim, Llopis afirma que "a mudança é irrevogável e inevitável e, portanto, quem está à frente terá uma vantagem competitiva".