Espanha, líder europeu em dependência de adolescentes na Internet
21,3% dos adolescentes espanhóis correm risco de desenvolver um vício em internet devido ao tempo gasto navegando na Web, comparado a 12,7% da média européia, de acordo com um estudo financiado pela União Européia em diferentes países que teve a colaboração da associação Protégeles na Espanha.
Essa porcentagem coloca a Espanha à frente dos países incluídos no estudo. Além disso, o trabalho, que envolveu até 2.000 adolescentes por país, destaca que 1,5% dos adolescentes espanhóis já sofrem esse tipo de dependência.
De acordo com a definição dos autores, O comportamento viciante da Internet consiste em em um padrão de comportamento caracterizado pela perda de controle sobre o uso da Internet e "potencialmente leva ao isolamento, negligência das relações sociais, atividades acadêmicas, atividades recreativas, saúde e higiene pessoal".
Assim, 27,8% dos adolescentes espanhóis afirmam usar a Internet a ponto de negligenciar outras atividades. A Espanha destaca-se especialmente no uso que os adolescentes fazem das redes sociais, um tipo de comportamento relacionado ao vício em internet.
Vício na Europa para redes sociais e jogos
De fato, os espanhóis de 14 a 17 anos formam o principal grupo de uso diário de redes sociais na Europa, com 91,6% do uso e 39,2%, que reconhece gastar mais de duas horas por dia nessas páginas, seguidas pelos jovens da Islândia (89,3%) e da Holanda (87,3%). Os jovens que usam redes sociais menos diariamente são os gregos e os poloneses.
Os jovens do nosso país também são principais usuários de salas de bate-papo na Europa: 67,4%, seguidos pelos jovens gregos (48,9%) e alemães (43,2%). Os jovens que usam as salas de bate-papo são os islandeses e os poloneses.
Enquanto isso, adolescentes holandeses de 14 a 17 anos compõem o principal grupo de uso diário de serviços de mensagens instantâneas (tipo WhatsApp) na Europa, seguidos pelos jovens poloneses e espanhóis. Aqueles que usam este tipo de serviço são os alemães e os islandeses.
O jogos de azar com apostas 'online', O uso de redes sociais e jogos de computador estão intimamente relacionados a esse tipo de comportamento "disfuncional", de acordo com o estudo, enquanto assistir vídeos ou filmes não está relacionado a esse tipo de vício. Além disso, fazer lição de casa ou buscar informações está associado negativamente a essa síndrome.
O perfil do viciado em Internet
O perfil das pessoas que sofrem de comportamento disfuncional na Internet, que inclui tanto aqueles que estão em risco de contrair um vício como aqueles que já o desenvolveram, é um homem entre as idades de 16 e 18e pais de nível médio ou baixo de escolaridade.
Em geral, na Europa, 1,2% da amostra apresenta comportamento aditivo à Internet, enquanto 12,7% apresenta risco de sofrer. Espanha, Romênia e Polônia têm uma maior prevalência de risco, enquanto Alemanha e Islândia têm a menor prevalência.
O vício em internet aumenta o risco de assédio sexual
Por outro lado, o estudo analisa o risco de assédio sexual e aponta que 63% dos adolescentes europeus entre 14 e 17 anos contataram pessoas que não conheciam pessoalmente pela Internet. Os adolescentes espanhóis estão abaixo da média européia neste tipo de prática, liderada por jovens romenos.
Enquanto isso, 21,9% sofreram situações de Assédio na Internet ou cyberbullying, sendo mais frequente em meninas (24,1%) do que em meninos (19,5%). A Espanha é o país em que menos situações de cyberbullying ocorrem, muito mais freqüentes na Romênia.